Museu de Belas Artes de Lyon
Em certa viagem à França, mais precisamente em Lyon, onde fui para “L’Institute Paul Bocuse des arts culinaires” visitei o espetacular Museu de Belas Artes, onde dentre fantásticas e encantadoras obras entre pinturas, esculturas e instalações, deparei-me com uma tela um tanto mórbida, pois desconhecendo sua história, pareceu-me uma daquelas obras no mínimo “excêntricas”, o que me fez pesquisar a seu respeito.
Intitulada “A Coroação de Inês de Castro em 1361” (Le Couronnement d'Inès de Castro en 1361) a pintura em óleo sobre tela é de Pierre-Charles Comte que a realizou para a sua participação no Salão dos Artistas Franceses de 1849 e foi legado ao “Musée des beaux-arts” de Lyon em 1885.
A tela “Coroação de Inês de Castro de 1361, de Pierre Charles Comte
Inês de Castro era dama de companhia de Constança Manuel, a esposa do então príncipe herdeiro e que mais tarde seria Pedro I de Portugal. Viúvo em 1345 recusa-se a casar com a pretendida pelo seu pai o rei Afonso IV, o qual pressionado por seu Conselho acaba por autorizar o assassínio de Inês que ocorre a 7 de janeiro de 1355.
Pedro sucede a seu pai em 1357 e declara que tinha casado secretamente com Inês em 1354, fazendo dela rainha de Portugal. Conta a história que Pedro, após sua ascensão ao trono mandou exumar o corpo de Inês, vesti-la com um manto real, sentá-la e, numa cerimônia com toda a pompa, coroá-la como rainha obrigando todos os grandes nobres do reino, em especial os responsáveis por sua morte a beijar a mão dela prestando-lhe vassalagem. E foi justamente esta a cena retratada na obra.
Detalhe da obra, onde se percebe a cor cinza e sem vida de Inês de Castro
A combinação de história e lenda deste trágico amor não fosse a fantástica obra de Comte, retratando-a mais de 500 anos após seu ocorrido, talvez jamais seria de meu conhecimento e graças à ela, ampliei meu saber. Salve a arte, salve os artistas, salve a história!
Para Refletir
“Se eu posso te dar um conselho, eis aqui: Não mendigue atenção de quem quer que seja. Não se esforce para compartilhar minutos com quem está mais interessado em coisas que não te incluem. Não prolongue a conversa apenas para ter o outro por perto, quando você perceber que precisa se esforçar bastante para que o monólogo vire um diálogo. Esqueça. Prefira a sua solidão genuína à pseudo presença de qualquer pessoa. Ainda digo mais: Perceba que existem pessoas que curtem dividir a atenção contigo sem que você precise desprender esforço algum. Aproveite o que te dão de livre e espontânea vontade. Dispense o que te dão por força do hábito ou por conveniência. Esqueça o que não querem te dar. Cada um dá o que pode”.
Matéria de David Faria para o Jornal Espaço Horizonte
コメント