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Maurino Araújo: Um artista Plástico Singular


Maurino executando um de seus trabalhos em madeira
Maurino executando um de seus trabalhos em madeira

Considerado por muitos como um expressionista barroco, foi um artista emocionalmente contemporâneo dos mestres escultores mineiros do século XVIII.


Maurino nasceu na cidade mineira de Rio Casca no dia 28 de maio de 1943, como membro de uma família que, segundo ele, fazia de tudo o que era necessário para a sobrevivência. Autodidata, foi operário, servente de pedreiro, ajudante de balcão e contador em obras.


Sob a influência de seus avós, que eram ceramistas, Maurino começou a trabalhar com o barro. Somente em 1970, Maurino passou a se dedicar exclusivamente à sua arte. Como muitos outros artistas brasileiros, começou mostrando suas obras em uma feira de artesanato na belíssima Praça da Liberdade em Belo Horizonte. Gradativamente foi ganhando notoriedade entre os críticos e apreciadores de arte popular. Sem preocupações com estilos ou classificações acadêmicas seu trabalho começou a “ganhar” o Brasil e o mundo.



Pintura de Maurino nos padrões de suas esculturas
Pintura de Maurino nos padrões de suas esculturas


Sob a influência do tempo em que passou no seminário, a obra de Maurino foi formada em sua maioria por esculturas sacras. Com o desencanto que se apoderou dele, Maurino deixou o seminário e passou a se dedicar somente à sua arte. O tema sacro, segundo ele, não foi escolha, mas imposição do próprio espírito. De enormes blocos de madeira Maurino fazia surgir Satanás, Franciscanos, Cristos e Madonas, esculpidos e encarnados com um processo criado pelo próprio artista: cera, cola branca, tinta xadrez e até querosene para acentuar o envelhecimento das peças. As cores são escuras e sombrias. Maurino trabalhou preferencialmente com o cedro, utilizando-se do formão e da grosa para retirar da madeira pesados blocos esculturais. Começando como distração, a escultura tornou-se gradativamente a expressão do seu íntimo e uma necessidade do seu espírito, o que também pode ser constatado em seus desenhos e pinturas.



Escultura em madeira policromada de Maurino nos traços específicos de sua Obra
Escultura em madeira policromada de Maurino nos traços específicos de sua Obra


Maurino de Araújo mostrou suas obras em importantes mostras dedicadas à arte brasileira realizadas no Brasil e no exterior. Esteve em edições da Bienal de São Paulo e chegou a expor no Museu Guggenheim (EUA), onde há obras de sua autoria no acervo permanente. Faleceu em 30 de julho de 2020, deixando um importante legado artístico e consagrando-se como uma das grandes e notórias referencias da arte mineira no Mundo, a quem tive a honra de conhecer e adquirir em vida seus trabalhos para meu acervo particular.




Foto histórica de Maurino Araújo
Foto histórica de Maurino Araújo



Para Refletir:


“Nunca se sinta derrotado diante dos obstáculos. A cada adversidade que se abater sobre você, a cada obstáculo, por mais difícil que se apresente, faça deles um degrau para atingir um lugar melhor, com mais visão e maturidade. A derrota não existe, a não ser que você aceite. Comece e recomece sempre. É assim que se constrói sempre. É assim que se constrói uma vida feliz!” (provérbio árabe).





Você Sabia?



Representação do julgamento egípcio no além vida
Representação do julgamento egípcio no além vida

Os egípcios antigos acreditavam que após a morte a alma era levada para um julgamento e se o coração do falecido não fosse puro a ponto de pesar igual à uma pena, sua alma seria devorada por um demônio e cairia em total esquecimento.




Nossa Mente: Projeção


Nossa Mente: Projeção
Nossa Mente: Projeção


Quem de nós nunca culpou ou foi culpado de erros e atitudes não cometidas?


Dentre os vários mecanismos de defesa psicológica utilizados por nossa mente de forma inconsciente está a projeção, que pode ser definida um mecanismo no qual os atributos pessoais de determinado indivíduo, sejam pensamentos inaceitáveis ou indesejados, sejam emoções de qualquer espécie, são atribuídos a outra(s) pessoa(s). De acordo com Freud a projeção é um mecanismo de defesa psicológico em que determinada pessoa "projeta" seus próprios pensamentos, motivações, desejos e sentimentos indesejáveis numa ou mais pessoas.


Para entender o processo, podemos considerar uma pessoa que tem pensamentos de infidelidade durante um relacionamento. Em vez de lidar com tais pensamentos indesejáveis de forma consciente, o indivíduo os “projeta” de forma inconsciente no outro, e começa a acreditar que o outro é que tem pensamentos de infidelidade ou, até mesmo, que ele/ela tem outros "casos". Nesse sentido, a projeção psicológica está relacionada com a recusa, que é o único mecanismo de defesa mais primitivo que a própria projeção. Como todos os mecanismos de defesa, a projeção psicológica fornece uma função para que a pessoa possa proteger sua mente consciente de um sentimento que, de outra forma, seria repugnante, trata-se pois, "da operação de expulsar os sentimentos ou desejos individuais considerados totalmente inaceitáveis, ou muito vergonhosos, obscenos e perigosos, atribuindo-os a outra pessoa."

De forma artística a cantora Pitty abordou o tema na canção “Me adora”, cujo trecho da música diz “Não importa se eu não sou o que você quer, não é minha culpa a sua projeção”, o que enfatiza que há culpas e responsabilidades que não são nossas, mas de quem nos atribuí.

Michel Foucault tem em sua obra um trecho que muito aprecio: "Precisamos resolver nossos monstros secretos, nossas feridas clandestinas, nossa insanidade oculta. Não podemos nunca esquecer que os sonhos, a motivação, o desejo de ser livre nos ajudam a superar esses monstros, vencê-los e utilizá-los como servos da nossa inteligência. Não tenha medo da dor, tenha medo de não enfrentá-la, criticá-la, usá-la."

O assunto de projeção psicológica é realmente complexo e tristemente frequente. No geral não é nada fácil aceitar que todos projetamos em alguma ocasião. As vezes fazemos isso sem nos darmos conta, pensamos que o defeito está lá fora e não em nós mesmos. Todos nós temos defeitos, todos temos carências. No final das contas devemos é admitir que somos todos belíssimos seres imperfeitos que tentamos viver em um mundo complexo.


Você concorda?



Matéria : Maurino Araújo: Um artista Plástico Singular

Por David Faria para o Jornal Horizonte



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