Conheça sobre as tendências da Coquetelaria Contemporânea em Belo Horizonte.
O Dia Mundial do Coquetel, celebrado em 13 de maio, tem suas raízes na primeira definição impressa da palavra "cocktail", publicada em 1806 pelo jornal nova-iorquino The Balance and Columbian Repository. O termo utilizado para descrever um licor, foi originado a partir da designação de animais com os rabos cortados era usado metaforicamente para algo "misturado". No entanto, a prática de misturar bebidas remonta aos tempos antigos como na Grécia, onde adicionavam-se mel, ervas e frutas ao vinho por razões medicinais. A partir do século XIX, a coquetelaria moderna ganhou impulso com avanços como a criação do refrigerador, da carbonatação e a comercialização de gelo em larga escala, o que tornou as bebidas mais leves, armazenamento de insumos e uma consequente maior gama de sabores. Foi nessa época que surgiu a figura do bartender como profissional especializado em servir e criar coquetéis.
Belo Horizonte, capital nacional dos botecos e conhecida por seu rico cenário gastronômico, tem testemunhado uma revolução nos balcões de seus bares. A coquetelaria está florescendo na cidade, combinando tradição e inovação para criar experiências sensoriais únicas para os apreciadores de drinks. “Com o maior acesso a ingredientes e técnicas, o bar tornou-se um verdadeiro laboratório criativo de sabores para os mixologistas. Desde releituras de clássicos às criações autorais, uso de copos mais modernos, guarnições que transformam o paladar, uso de insumos inusitados, transformação de texturas, são várias as possibilidades para brincar com os sentidos de quem vai beber o coquetel. Assim conseguimos contar histórias cada vez mais complexas e envolventes”, aponta o mixologista Vitor Moretti, que está à frente do Seu Bias.
A coquetelaria é uma das grandes apostas do bar e restaurante com duas cartas temáticas: a primeira, Moretti criou inspirado na relação da astrologia com os elementos da natureza. Por exemplo, o poder do Fogo aparece na forma do drink Zodíaco, que leva Whisky Black Label, Fernet branca, raiz de angélica e folha de limão tostada. Já segunda leva o nome Rota Brasileira, e reúne criações de Moretti que fizeram sucesso em bares onde ele trabalhou pelo Brasil, como o Pará Sour, que vem do bar Ksushi (PA), e leva Whisky Bulleit com infusão de cumaru, xarope de mel, suco de limão, vinho do porto branco, finalizado com raiz de coentro e raspas de puxuri.
Quem também conta histórias de beber é a chef de bar do Chico Dedê, Nayane Gonçalves. Em um menu inspirado em sabores mineiros, cada coquetel propõe uma experiência de paladar, com ingredientes e apresentações escolhidos a dedo. “Construímos sabores especiais que vão despertar memórias afetivas. O coquetel Tia Nastácia homenageia os que vieram antes de nós, a partir de uma combinação de rum, café e licor de doce de leite, com uma colherzinha de madeira por cima com queijo e doce de leite. O defumadinho do café, mais o toque da madeira na boca e o próprio queijo e doce levam a gente pra cozinha de roça que é da avó de tantos mineiros”, conta a mixologista.
Ao observar o paladar da capital mineira, Nayane nota que os favoritos dos belo-horizontinos são os coquetéis cítricos e os levemente doces. "O adocicado sempre foi um dos favoritos dos brasileiros, mas o cítrico tem vindo em uma onda de criações das cartas, pela leveza, refrescância, e uma acidez que costuma harmonizar bem com a comida local”. Vide o drink mais conhecido do país, e que pode ser encontrado em praticamente todos os bares: a caipirinha, que combina a acidez do limão com o alcoólico da cachaça e o dulçor do açúcar. No Chico Dedê ela é reinterpretada na premiada versão Limão do Engenho, que combina limão siciliano, limoncello, rapadura e cachaça.
Prontos para beber
Uma tendência que cresce em todo o Brasil, e que tem celeiro criativo em BH, é a dos drinks prontos, RTD (ready to drink), bebidas mistas prontas para consumo. Grande representante dessa categoria é a Lambe Lambe com seus drinks naturais, frisantes, e à base de fermentação de frutas de verdade. Nascidos nos bares-laboratório Fermentaria Lambe Lambe, já são mais de 50 sabores feitos, que variam a cada semana de acordo com a sazonalidade dos ingredientes e criatividade da equipe de produção. A marca lançou a versão enlatada de seu carro-chefe, "Tangerina, Limão e Sal", que foi destaque como uma das mais procuradas no carnaval de Belo Horizonte. "A proposta da Lambe Lambe é ser um coquetel pronto e prático, com sabor leve e surpreendente, naturalmente delicioso. Caímos no gosto de Belo-Horizontino rapidamente, o que representou um crescimento de 200% da marca no último ano.”, destaca a diretora da Lambe Lambe Kalinka Campos.
E para celebrar o Dia do Coquetel, aqui vão algumas dicas de drinks para experimentar em BH:
Seu Bias - Quaresmeira: Drink exclusivo criado por Vitor Moretti. É feito com Gin Tanqueray com infusão de flor de clitona, Paragon Rue Berry, licor Luxardo e perfume de flores. Valor: R$39,00.
Maestro Bar e Botequim - Caipirinha de Caju Limões: Uma variação não tão comum da tradicional caipirinha, feita com caju, vodka, limão taiti e limão galego. Valor: R$29,00.
El Mai - Charles Choice: Uma sofisticada fusão de goiaba e abacaxi harmonizada com especiarias, Beefeater, e finalizada com um toque refrescante de espumante.
Chico Dedê - Piscou no Cabô: Criação de Nayane Gonçalves, um mix de gin, redução de jabuticaba, suco de laranja e limão. Valor: R$38,00.
Belô Café - Savassi: Um drink tradicional da casa feito com Vodka Ciroc Red Berry, Le Fruit Framboesa, suco de limão, vinho rosé frisante e chá de frutas vermelhas. Valor: R$38,00.
Garagem do Cab - Ginger Sour: Feito com Whisky Chivas 12 anos, gengibre, suco de limão taiti e açúcar. Valor: R$36,00.
Fermentaria Lambe Lambe - Pitaya, Maracujá e Alecrim: Sabor leve, adocicado e levemente ácido. Valor: R$ 12,00
13 de maio - Dia mundial do coquetel
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