Pequenos hoje, investidores amanhã

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Pequenos hoje, investidores amanhã: como ensinar seu filho a lidar com o dinheiro

Jogos, mesada e o diálogo podem auxiliar os pais na missão de desenvolver nas crianças uma relação saudável com o dinheiro

Falar sobre dinheiro com crianças pode parecer prematuro, mas é justamente na infância que se formam os hábitos e comportamentos que irão acompanhar cada indivíduo por toda a vida. Por isso, a educação financeira infantil é essencial para que os pequenos desenvolvam uma relação saudável e consciente com o dinheiro.

Quem tem filhos, certamente, já ouviu a famosa pergunta: “Você pode comprar isso pra mim?”. Esse tipo de pedido - que sempre vem acompanhado por uma carinha convincente - em vez de ser respondido apenas com um "sim" ou "não", pode e deve ser o ponto de partida para conversas importantes sobre o valor do dinheiro, as escolhas e as prioridades.

A Líder da XP em Minas Gerais, Marcela Torres, explica que a introdução do tema desde cedo ajuda as crianças a desenvolverem bons hábitos, fazer escolhas mais conscientes e evitar problemas financeiros, como dívidas, na vida adulta.

“Para crianças de 3 a 5 anos, uma dica é utilizar jogos simples, como brincar de supermercado, de lojinha, contar moedas e até ler histórias. Dos 6 aos 12 anos, é possível iniciar o uso de jogos educativos e ensinar sobre orçamento da família, investimentos e gastos responsáveis. Na adolescência, a partir dos 13 anos, já é possível envolvê-los em conversas sobre orçamento pessoal, como se planejar para alcançar seus objetivos e até decisões financeiras simples do dia a dia”, explica Marcela Torres.

A mesada como ferramenta de aprendizado

A mesada é uma excelente forma de ensinar gestão financeira na prática para as crianças. Seja semanal ou mensal, o mais importante é que haja regularidade e clareza sobre o valor e o propósito.

"Uma mesada adequada oferece à criança a oportunidade de experimentar essa autonomia com pequenas quantias, permitindo que ela erre e aprenda a gerenciar o seu próprio orçamento. Ao cometer erros com valores pequenos, ela se prepara para evitar enganos mais sérios na vida adulta, quando estiver lidando com quantias maiores”, afirma a Líder da XP.

A especialista cita algumas dicas práticas:

· Comece com pequenos valores e aumente conforme a idade;

· Estimule a criança a dividir o valor em três partes: gastar, economizar e doar;

· Evite complementar a mesada antes do prazo - isso ensina disciplina e responsabilidade;

· Acompanhe, junto com a criança, o que foi feito com o dinheiro e discuta as escolhas, sem julgamentos;

· Seja exemplo: fale abertamente sobre dinheiro em casa. Mostre como vocês organizam o orçamento familiar e envolva os filhos em algumas decisões.

“Pais que têm uma relação saudável com o dinheiro são mais propensos a criar filhos financeiramente conscientes e equilibrados. Explique a eles também sobre a importância de economizar e investir pensando em objetivos de longo prazo, como a compra de um bem mais caro, a realização de uma viagem ou a participação em alguma atividade que a criança deseja”, reforça Marcela, destacando que o famoso cofrinho pode ser uma alternativa inicial para valores em dinheiro físico, mas que também é possível introduzi-los no universo digital, com a criação de contas correntes ou de investimentos em seu nome, que serão acompanhadas pelos pais.