Em 1806, Napoleão ordenou a construção do Arco do Triunfo, em homenagem ao Grande Exército. Inspirado por arcos antigos, este monumento emblemático traz os nomes ilustres da nação e abriga o túmulo do soldado desconhecido cuja chama se reacende todas as noites.
O local permite compreender a história do monumento e sua importância simbólica. Do terraço você pode ver, dia e noite, uma vista única sobre o Champs-Elysées, a Défense e o bairro da Etoile.
Imagens da Euronews
E agora, de hoje, dia 18 de setembro à 4 de Outubro de 2021, um dos monumentos emblemáticos de Paris foi todo coberto pelo pelo desejo do artista plástico Christo Vladimirov Javacheff , por um tecido reciclável na cor prata azulado: um evento espetacular imperdível!
O primeiro sonho de Christo foi seu último desejo a ser atendido. Foi olhando o Arco do Triunfo de Paris da janela de seu apartamento na adjacente Avenue Foch, no começo da década de sessenta, que o então desconhecido artista plástico búlgaro Christo Vladimirov Javacheff (Gabrovo, 1935 – Nova York, 2020) concebeu pela primeira vez a ideia de empacotar monumentos ou edifícios, algo que marcaria sua carreira e que, inclusive depois de sua morte há um ano, continua provocando tanto entusiasmo como rechaço.
Maquete da obra de Christo
Foram necessárias quase seis décadas até que esse primeiro sonho se tornasse realidade. E nem Christo, nem sua mulher e companheira artística, Jeanne-Claude, estão vivos para celebrar essa visão finalizada postumamente por um sobrinho do casal, Vladimir Javacheff.
A partir deste sábado, 18 de setembro, e durante 16 dias, parisienses e turistas poderão visitar – e debater – esta grande obra de Christo e Jeanne-Claude.
O artista plástico trabalhava com a mulher, Jeanne-Claude. Chegaram a envolver em tecido o parlamento alemão, a ponte mais antiga de Paris - a Pont Neuf, 11 pequenas ilhas em Miami e muitos outros locais e edifícios. O Arco do Triunfo era um objetivo, agora realizado pela família.
Um projeto “temporário” – segundo Javacheff, já que seu tio não gostava do termo “efêmero” –e que exigiu o trabalho de mais de 1.200 pessoas ao custo de 14 milhões de euros (quase 87 milhões de reais) que foram custeados integralmente, como todos os trabalhos do artista búlgaro, através da venda de seus estudos preparatórios, desenhos, colagens de projetos e modelos, obras dos anos cinquenta e sessenta e litografias originais dedicadas a outros assuntos e maquetes da Fundação Christo.
Realizada em estreita colaboração com o Centre des Monuments Nationaux (CMN) e o Centre Pompidou, a obra utilizou 25.000 metros quadrados de tecido de polipropileno reciclável prata azulado e 7.000 metros de corda vermelha.
Durante todo o período em que a obra estará visível, como durante a sua instalação, foi totalmente preservado o espaço sob o Arco do Triunfo, que se projeta sobre a laje sagrada da Flamme da la Nation (Chama da Nação), onde sua chama queima permanentemente desde 1923, em frente ao túmulo do Soldat Inconnu (Soldado Desconhecido).
Há 35 anos, em Paris, o artista já havia causado impacto ao embalar a Pont-Neuf em tecido dourado no centro histórico da cidade, com sua parceira Jeanne-Claude.
Também há outra coisa diferente, e definitiva, neste Arco do Triunfo: não haverá outros edifícios ou monumentos embalados, confirma Javacheff. “Continuar não seria ético. Este é o último a ser embrulhado”.
Fotos divulgação
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