Fernando Cardoso apresenta exposição “Quimeras”
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Fernando Cardoso apresenta exposição “Quimeras” na Galeria Manoel Macedo
Mostra revela universos híbridos e criaturas fantásticas que habitam o limiar entre fábula e realidade
Neste sábado, 6 de setembro, a Galeria Manoel Macedo inaugura a exposição “Quimeras”, individual do artista Fernando Cardoso, em vernissage aberta ao público das 10h às 15h, na rua Lima Duarte, 158, bairro Carlos Prates. A mostra reúne um conjunto de aquarelas inéditas que apresentam figuras híbridas de humanos fundidos a animais, árvores com semblantes humanos e seres improváveis que brotam do inconsciente.
O conceito de quimera atravessa a trajetória de Cardoso desde seus primeiros desenhos, ainda nos anos 1970. “Não é algo que planejei ou estudei como conceito.
Sempre apareceu de forma espontânea. Tenho trabalhos daquela época que já traziam essa mistura, mesmo sem eu nomear”, relembra o artista. Essa dimensão inconsciente é a base de sua pesquisa: imagens que se impõem no processo, sem desfecho pré-determinado, moldando-se conforme o tempo e as circunstâncias.
Foi a partir dos anos 1990, contudo, que a presença dessas criaturas ganhou consistência, sobretudo depois de uma experiência em Tóquio, em 2008, que ampliou seu repertório visual e aprofundou a criação de seres híbridos.
Desde então, Cardoso constrói um imaginário que reinventa a natureza, aproximando o fabuloso do cotidiano e transformando a imperfeição em potência poética.
“Nunca sei como um trabalho vai terminar. Ele depende muito do momento em que estou vivendo”, afirma. Embora a aquarela seja a técnica predominante nesta mostra, o artista não a considera uma escolha definitiva. “Pode ser óleo, pode ser aquarela, o suporte também pouco importa.
O que guia o processo é a necessidade de dar forma à imagem que surge”, explica. Essa liberdade se traduz em composições de transparências, camadas fluidas e contrastes que oscilam entre delicadeza e estranhamento.
O texto curatorial de Marta Neves conecta essas obras a diferentes acepções da palavra quimera: da mitologia grega, que descreve monstros formados por múltiplos animais, à genética, em que um mesmo organismo pode carregar DNAs distintos.
Para a curadora, os trabalhos de Cardoso revelam que ninguém é puro ou inteiramente definido — todos somos atravessados por multiplicidades.
“O mundo inteiro é quimera, ninguém é estritamente uma coisa só”, escreve. Ao longo de mais de 30 anos de carreira, Fernando Cardoso já presenciou reações diversas diante de suas obras. Encantamento, curiosidade, até desconforto.
Para ele, a arte deve justamente provocar essa diversidade de sentimentos. “Não faço ideia de como o público vai reagir. Já vi de tudo ao longo das exposições, e é isso que torna cada encontro único”, comenta.
Com “Quimeras”, o artista reafirma sua trajetória marcada pela experimentação e pela abertura ao acaso, convidando o espectador a habitar universos que escapam às fronteiras entre sonho e realidade.
Ao se deparar com esses seres inventados, cada visitante também se reconhece como parte desse jogo de imperfeições e metamorfoses, revelando que a arte, assim como a vida, é sempre múltipla. Sobre o artista Fernando Cardoso é um dos nomes relevantes da arte contemporânea em Minas Gerais.
Iniciou sua produção nos anos 1970 e, desde então, construiu um percurso consistente, marcado pela experimentação com diferentes técnicas e suportes, mas sempre fiel à investigação da imagem como espaço de metamorfose. Participou de mostras individuais e coletivas no Brasil e no exterior, com destaque para a exposição realizada em Tóquio, em 2008, que marcou uma virada em sua pesquisa.
Com mais de três décadas de atuação, mantém uma produção que alia rigor estético e liberdade criativa, consolidando-se como um artista que transforma a imperfeição e a mistura em elementos centrais de sua poética.
Galeria Manoel Macedo Arte Fundada em 1981, a Manoel Macedo Arte é reconhecida como uma das galerias mais modernas e funcionais de Belo Horizonte, destacando-se pela eficiência em proporcionar uma experiência visual imersiva entre o público e as obras expostas.
Com ampla experiência e compromisso na valorização de novos talentos, a galeria tornou-se um importante polo de referência para a produção contemporânea.
Sua programação anual reúne exposições individuais e coletivas, apresentando artistas com variadas abordagens e suportes, sempre priorizando a qualidade e a força expressiva das criações exibidas.
SERVIÇO:
Quimeras
Abertura: 6 de setembro, 10h às 15h
Período: 06 de setembro até 06 de outubro
Visitação: segunda a sexta, das 10h às 18h; sábado, das 10h às 14h
Local: Galeria Manoel Macedo
Endereço: Rua Lima Duarte 158 - Carlos Prates, Belo Horizonte
Entrada: Gratuito
Instagram: @manoelmacedoarte | @marconimarques.art
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