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A NOITE É TAMBEM UM SOL

  • noticiasjornalhori
  • há 1 hora
  • 4 min de leitura
 "A noite é também um sol”
"A noite é também um sol”

"A noite é também um sol” – Daniela Paoliello ilumina o invisível e abraça a simbiose entre corpo e ambiente em vídeo que revela o avesso das paisagens da Lapinha da Serra


A artista visual Daniela Paoliello apresenta sua nova criação, “A noite é também um sol”, realizada no distrito da Lapinha da Serra, no Parque Estadual da Serra do Cipó, no município de Santana do Riacho (MG). O trabalho se materializa como uma série audiovisual composta por vídeos e fotografias, entrelaçando autoperformance, registros fílmicos e sonoros do ambiente natural.


A artista desloca o olhar para a noite e o lusco-fusco, revelando paisagens em situação de baixa luz, em contraponto à imagem solarizada da região. 


Ao fazer da escuridão o ponto de partida, a obra desvia do repertório solar que costuma definir as imagens turísticas da região. Não se trata de reafirmar o “paraíso ensolarado”, vendido pela lógica da exploração turística predatória, mas de resgatar aquilo que emerge no encontro íntimo entre corpo e paisagem: brilhos fugidios, texturas que se revelam apenas sob pouca luz, movimentos que só a noite permite ver.


Nesse contexto, surgem pontos de luz — reflexos d’água, astros, vaga-lumes, objetos cintilantes — que funcionam como guias, conduzindo o espectador para além do visível imediato. No escuro, emerge-se a possibilidade de contato e integração entre corpo e natureza. Com trilha sonora de João Carvalho, composta de sons de água que marcam o ritmo da travessia, o trabalho funde fotografia, vídeo e performance.


O resultado é um produto audiovisual que tensiona os limites formais e propõe ao público uma vivência poética em que luz e escuridão não se opõem, mas se completam.


A obra se estrutura em micro performances realizadas exclusivamente para a câmera, em que Daniela insere seu corpo na paisagem e simultaneamente se deixa capturar por ela. Esse gesto provoca um “duplo não-ver”: o não ver pelo ato de tornar-se objeto da própria câmera e o não ver pela ausência de luz.


Ao mesmo tempo, o corpo atua como mediador, permitindo que a escuridão seja atravessada por pontos luminosos. Essa experiência de captura e entrega instaura uma tensão poética que dissolve fronteiras entre artista, obra e ambiente.


O trabalho oferece uma perspectiva crítica e ambiental: ao mostrar a Lapinha da Serra sob outra luz, evidencia a importância de preservar seus patrimônios naturais, históricos e culturais em um contexto de crescente turistificação, privatização de acessos e pressão sobre suas águas e vegetação.


A proposta também questiona os limites das linguagens, fundindo fotografia, vídeo e performance em uma obra que se abre ao experimental e ao imprevisível, do movimento da água ao sopro dos ventos. O corpo em performance é, ao mesmo tempo, sujeito e objeto da obra; a fotografia não congela, mas se expande em movimento; e o vídeo acolhe a fragmentação e a suspensão do instante.


O projeto inclui ainda uma dimensão de acessibilidade. As imagens contarão com audiodescrição e legendas descritivas, permitindo o acesso de pessoas com deficiência visual, baixa visão ou deficiência auditiva. A obra será disponibilizada em exposição virtual no site da artista, com texto crítico de Priscilla Menezes. A exposição terácom permanência mínima de 12 meses, além de divulgação em redes sociais e envio para instituições culturais e educativas.


Assim, “A noite é também um sol” convida o público a experimentar a Lapinha da Serra para não como postal ensolarado, mas como território vivo, de múltiplas camadas de luzes e sombras, de encontros possíveis entre corpo, ambiente e imaginação. A criação de A Noite é Também um Sol foi viabilizada com recursos da Lei Paulo Gustavo (2023), reafirmando a importância do investimento público na produção artística que dialoga com o meio ambiente e com as comunidades locais.


O vídeo poderá ser assistido neste link.


Ficha Técnica


Direção e fotografia: Daniela Paoliello


Montagem: Daniela Paoliello


Desenho de Som e Trilha original: João Carvalho


Texto Crítico: Priscilla Menezes


Produção de campo: Fernando de Freitas


Assessoria de imprensa: Camila Bastos


Produção executiva: Natália Ferraz


Acessibilidade: Laís Velloso


Condutor ambiental: Kesley Soares Santos


Agente de logística: Alexandre Diniz


Agradecimentos:


Casas da Jac


Casas do Relton


Fabiano Lana


Local de realização: Lapinha da Serra, MG, Brasil


Ano de realização: 2024-2025



Sobre a artista


Daniela Paoliello é artista visual e doutora em Artes pela UERJ. Sua pesquisa se debruça sobre as relações entre corpo e natureza, explorando a autoperformance diante da câmera – em fotografia e vídeo – e a construção de uma auto-ficção.


É autora dos fotolivros Exílio e Que horas são no paraíso?, e foi finalista do prêmio de Fotozine da Lovely House com a série Escavar o escuro. Seu trabalho integra a coleção do Museu de Arte do Rio (MAR).


Foi contemplada com o XIII e XVI Prêmio Funarte Marc Ferrez de Fotografia (2013 e 2022), além do prêmio Foto Féminas Portfolio Review (2022), do prêmio de artista destaque do Salão de Artes Novíssimos 2018 (Galeria Ibeu, RJ) e de menção honrosa no Salão Fotosururu (2019).


Participou de exposições coletivas e individuais em instituições como SP-Arte, Museu de Arte do Rio (MAR), Galeria Ibeu, MARP, Festival de Fotografia de Paranapiacaba, Museu de Arte da Pampulha, Centro Cultural da UFMG e Sesc Palladium.


Suas obras também foram publicadas em plataformas como Itaú Cultural, Instituto Moreira Salles, PhMuseum, L’oeil de la photographie, Photodoc/Iandé, Fotografas Latam, Mulheres Luzes, Lat Photo Magazine, OLD, Revista Garupa e Smart View Magazine.

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