Vista da Praça Jemma el Fnaa
Ao escolher Marrocos como destino, estava decidido que não me privaria de nenhuma experiência, ainda que “exótica”. Firme neste pensamento, após alguns dias em Casablanca, fui para Marraquexe na ânsia incontrolada de conhecer o máximo daquela cultura tão peculiar e para tanto, já sabia: teria de abandonar medos e receios.
Ao chegar na Praça Jemaa el-Fnaa, que é o coração da antiga cidade Vermelha e centro da vida pública local, sons diversos povoavam o local: Vozes de turistas em diversos idiomas, vendedores tentando chamar atenção para suas mercadorias, as Mesquitas avisando aos muçulmanos do horário das orações... e no meio de tudo isso, o som das flautas, que logo imaginei: Encantadores de serpentes.
Este Colunista em meio às serpentes “encantadas”
A prática, de encantar serpentes, geralmente passada de geração a geração, certamente é uma imagem que marca a Praça Jemaa el-Fnaa, pois são alvo de muitas fotografias e comigo não foi diferente. Há de tudo um pouco no meio daquele caos.
Aos encantadores de serpentes, juntam-se os contadores de histórias, os acrobatas, faquires, vendedores de água, de doces, de frutas e as mulheres que fazem pinturas (tipo tatuagens) de henna. Todos animam a praça mais movimentada de Marraquexe, cuja variedade de manifestações culturais fez com que a Jemaa el-Fnaa passasse a ser considerado "patrimônio intangível da humanidade" pela Unesco.
Pode-se provar de tudo, eu mesmo provei mais de 10 tipos de tâmaras, doces de especiarias diversas, caracóis... cabeças de carneiro cozidas ficavam expostas em bandejas e famílias inteiras de marroquinos se esbanjavam com aquele prato... confesso que este não me senti tentado a provar, porém uma grande gama de produtos exóticos fez parte de meu cardápio e aqueles que foram possíveis, vieram em minha bagagem.
As barracas com cabeças de carneiro
Tudo parece um caos, porém um “caos´ tão encantador que te faz esquecer dos receios e viver a experiência pelo que vale muito sair da rota turística dos “pratos internacionais” e vivenciar o cotidiano dos habitantes “in loco” com seus produtos e iguarias tão saborosas e intrigantes, além da possibilidade de aprender muito da cultura e dos costumes, das histórias e de todos os saberes que esta terra possuí.
Eu, com um dos muitos macacos que ficam andando por entre os turistas com seus proprietários
Matéria de David Faria para a coluna SABORES E SABERES do Jornal @espacohorizonte
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